Objetivo: Analisar o estado atual e a justificativa para o uso continuado das próteses aórticas sem suporte, dando enfoque aos resultados clínicos com a prótese porcina composta CryoLife-O'Brien™ (CLOB). Casuística e Métodos: Entre dezembro de 1992 e fevereiro de 2000, 307 pacientes foram submetidos à troca da valva aórtica por uma prótese CLOB. A idade média dos pacientes era de 73 anos (59-89 anos), sendo 16% acima de 80 anos. Todos os pacientes foram analisados clínica e ecocardiograficamente no pós-operatório com 6 dias, 6 meses, 12 meses e anualmente. Resultados: A mortalidade hospitalar foi 1,3% (4 casos não relacionados à troca valvar). A mortalidade tardia foi 9,2% (28 pacientes); dos quais somente 2 (endocardite tardia) eram prótese-relacionados. Morbidade incluiu: 2 (0,6%) casos de acidente vascular cerebral perioperatório, 6 (1,9%) "leaks" perivalvares, 6 (1,9%) endocardites e 1 (0,3%) deterioração estrutural. Reoperação foi necessária em 6 (1,9%) pacientes: 3 por endocardite, 2 por "leak" perivalvar e 1 por deterioração estrutural. Os ecocardiogramas seriados demonstraram um gradiente médio de 7mmHg, com uma baixa incidência de incompetência trivial pelo doppler, e regressão significativa da hipertrofia ventricular esquerda (p=0,05). Conclusão: As próteses sem suporte têm apresentado excelentes resultados a curto e médio prazos. Entretanto, vigilância rigorosa é necessária para determinar a durabilidade aos 10-12 anos, período em que as valvas porcinas com suporte começam a demonstrar deterioração estrutural.
Objective: The aim of this study is to debate the current status and justification for continued use of stentless valves, outlining the clinical results with the CryoLife-O'Brien composite porcine stentless valve™ (CLOB). Material And Methods: Between December 1992 and February 2000, 307 patients underwent aortic valve replacement with a CLOB valve. The mean age was 73 years (range 59-89 years with 16% being 80 years and over). All patients were assessed clinically and by echocardiography postoperatively at 6 days, 6 months, 12 months and yearly thereafter. Results: The hospital mortality was 1.3% (4 valve-unrelated cases). Late mortality occurred with 28 patients (9.2%), of which only 2 were valve-related (late endocarditis). Morbid events have included 2(0.6%) perioperative strokes, 2 (0.6%) perivalvar leaks, 6 (1.9%) endocarditis and 1 (0.3%) structural deterioration. Reoperation was required in 6 patients (1.9%): 3 for endocarditis, 2 for perivalvar leak and 1 for structural deterioration. Serial echocardiography demonstrated a mean gradient of 7mmHg with a very low incidence of trivial incompetence on Doppler, and significant left ventricular hypertrophic regression (p=0.05). Conclusion: Stentless valves have produced excellent early and mid-term results. However, surveillance is required to determine the durability at 10 to 12 years, a time when stented porcine valves begin to show failure from structural deterioration.